Se você ainda não leu a 1ª parte, 2ª parte e a 3ª parte pode ser que fique em duvidas no texto seguinte.
5 – Verificação de perdas de óleo através das guias de válvulas
Quando os fabricantes introduziram o sistema de válvulas no cabeçote e mais recentemente posicionaram o comando de válvulas também no cabeçote, criou-se uma situação favorável para o consumo de óleo através das guias de válvulas pois tais peças dependem de um grande fluxo de óleo para uma perfeita lubrificação e o óleo lubrificante acaba por passar para dentro da câmara de combustão através da folga entre guia e haste de válvulas atraído por várias forças.
Duas destas forças são a gravidade e a inércia, que forçam o óleo da câmara dos balancins para dentro da tubulação, cada vez que a válvula abre. As outras são o vácuo formado na câmara de combustão no tempo de admissão do motor e o vácuo formado em ambas as válvulas, no tempo de escapamento, devido aos gases que fluem em alta velocidade junto às extremidades das guias e aspiram o óleo para o coletor de escapamento onde é queimado.
Esta última ação é semelhante à de uma pistola onde um jato de ar, passado em alta velocidade, aspira a tinta do reservatório através de um tubo e a pulveriza por um bocal.
O óleo que passa através das guias de válvulas entra na câmara de combustão,queimando-se e aparece em forma de fumaça cinza-azulada saindo do cano de escapamento. Examine o consumo de óleo através das guias de válvula da seguinte forma:
A) Faça a prova da fumaça.
Note cuidadosamente a quantidade e a cor da fumaça.
B) Em seguida, remova as tampas de válvulas e desligue o abastecimento de óleo para o conjunto dos balancins.
C) Depois que o motor estiver quente, dirija o carro por uns 10 ou 15 km e repita a prova de fumaça. Se a fumaça no cano de escapamento não tiver mais a cor cinza-azulada, tiver diminuído ou desaparecido, é prova de que o óleo estava passando através das guias de válvulas.
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Motor com válvulas e comando no cabeçote.
Atenção: A prova deve ter duração suficiente para queimar qualquer resíduo de óleo que possa ter sobrado no sistema. As válvulas podem funcionar sem lubrificação durante uma hora sem riscos. Após a conclusão da prova, não se esqueça de restabelecer o fluxo de óleo ao conjunto dos balancins.
O processo de desligar o fluxo de óleo ao conjunto dos balancins varia de acordo com a construção dos motores.
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Forças que impelem o óleo para a câmara de combustão.
Assim sendo, devemos em primeiro lugar localizado o sistema de comunicação empregado para a passagem do óleo da galeria do cabeçote até o eixo dos balancins e de alguma forma, interromper essa passagem a fim de efetuar o teste da fumaça, como descrito anteriormente.
A figura abaixo mostra um tipo de sistema de lubrificação dos balancins. O fluxo de óleo é indicado em amarelo. Para cortar o fluxo de óleo para o conjunto dos balancins, localize primeiro o suporte que tem uma passagem perfurada.
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O óleo (indicado em amarelo) alcança o mecanismo das válvulas através de passagens no cabeçote e no suporte do eixo dos balancins.
Na maioria dos casos, há apenas um suporte para cada cabeçote de cilindro através do qual o óleo chega ao eixo dos balancins. Algumas vezes, os cabeçotes da direita e da esquerda, nos motores em “V”, são intercambiáveis e conseqüentemente, s localização do suporte, com relação à frente do motor, não será a mesma em ambos os lados.
Localizado o suporte, solte o parafuso ou parafusos que o fixam, bem como os parafusos adjacentes que forem necessários e introduza uma fina folha de metal entre o suporte e o cabeçote do cilindro para obstruir a passagem perfurada.
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Usando um calço para interromper o fluxo de óleo as válvulas.
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Vista em corte lateral do calço interrompendo o fluxo de óleo.
Aperte os parafusos, faça uma prova de estrada e observe a fumaça.
Num outro tipo de suporte, mostrado na figura abaixo, o óleo (indicado em amarelo) é impelido para cima ao redor do parafuso que fixa o suporte.
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O óleo (indicado em amarelo) é forçado para cima ao redor do parafuso do suporte a fim de lubrificar o sistema das válvulas
Nesse caso, em primeiro lugar, solte todos os parafusos dos suportes através do qual circula o óleo e coloque uma arruela de borracha ou um anel de válvula sobre a parte rosqueada do parafuso.
Dessa maneira, formar-se-á uma vedação entre o suporte e o topo do cabeçote quando o suporte e o parafuso forem recolocados, podendo-se então proceder à prova de fumaça.
No motor Volkswagen, embora o serviço seja mais trabalhoso, também é possível verificar-se se esta ocorrendo consumo de óleo pelas válvulas.
Basta soltar o balancim e colocar-se um pedaço de chumbo na ponta da vareta. Dessa forma interrompe-se a passagem de óleo e reinstalando o balancim pode-se passar à realização da prova de fumaça.
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Coloca-se um pedaço de chumbo na ponta da vareta.
Ocasionalmente, quando se removem os cabeçotes e se inspecionam os canais de admissão e descarga das válvulas e a cabeça dos pistões, percebe-se que o consumo excessivo de óleo se limita apenas aos cilindros de um lado. Isto pode ser causado pelo fato de o eixo dos balancins, daquele lado, ter sido instalado de cabeça para baixo. Salvo algumas exceções, os orifícios de lubrificação dos eixos dos balancins devem estar, normalmente, voltados para a parte inferior do balancim.
Nessa posição, a força ascendente do balancim, exercida pela tensão da mola da válvula, restringe o fluxo de óleo vendo do eixo dos balancins e impede qu euma quantidade excessiva escape.
Instalando-se o eixo dos balancins de cabeça para baixo, permite-se que uma quantidade excessiva de óleo atinja o conjunto dos balancins e entre na câmara de combustão, através das guias de válvulas.
Use sempre um torquímetro para instalar os suportes dos balancins e aperte-os nos torques recomendados pelo fabricante.
Torque excessivo pode provocar a fratura do suporte, permitindo que o óleo escorra para as guias e hastes das válvulas adjacentes, provocando a perda de óleo. Um vazamento dessa natureza faz com que os canais de admissão e a cabeça dos pistões adjacentes ao suporte partido, fiquem umedecidos com óleo.
Tais vazamentos podem ser descobertos, operando-se o motor em marcha lenta, estando os balancins sem a tampa, e observando-se o fluxo de óleo vindo do eixo.
Para se ter uma idéia de como o consumo de óleo pelas válvulas chega a ser crítico, foram realizados testes numa bateria de 8 motores, concluindo-se que em media de 35% do consumo total, ocorria pelas válvulas.
Como se vê no gráfico abaixo, o consumo total de óleo esta dividido, entre o que passa através dos anéis gastos e o que passa pelas folgas entre hastes e guia de válvulas, sendo que em alguns motores, o consumo pelas válvulas chegava até 50 % do consumo total de óleo.
Gráfico do % Consumo de óleo
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Influência das folgas entre hastes e guia de válvulas no consumo de óleo.
Outro ponto que merece especial atenção é que mesmo com a folga correta entre guia e haste de válvulas, o motor poderá apresentar consumo de óleo, se não forem instalados corretamente os selos de válvulas como especifica o fabricante do motor.
Os selos do tipo “copo”, como mostrado na figura abaixo, devem cobrir a guia quando a válvula esta fechada, pois, se o óleo penetrar dentro do selo, poderá ser bombeado por ele para dentro da câmara de combustão.
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Posição de instalação dos selos.
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Alguns tipos de selos ou vedadores de hastes de válvula.
Update: 5ª parte
5 – Verificação de perdas de óleo através das guias de válvulas
Quando os fabricantes introduziram o sistema de válvulas no cabeçote e mais recentemente posicionaram o comando de válvulas também no cabeçote, criou-se uma situação favorável para o consumo de óleo através das guias de válvulas pois tais peças dependem de um grande fluxo de óleo para uma perfeita lubrificação e o óleo lubrificante acaba por passar para dentro da câmara de combustão através da folga entre guia e haste de válvulas atraído por várias forças.
Duas destas forças são a gravidade e a inércia, que forçam o óleo da câmara dos balancins para dentro da tubulação, cada vez que a válvula abre. As outras são o vácuo formado na câmara de combustão no tempo de admissão do motor e o vácuo formado em ambas as válvulas, no tempo de escapamento, devido aos gases que fluem em alta velocidade junto às extremidades das guias e aspiram o óleo para o coletor de escapamento onde é queimado.
Esta última ação é semelhante à de uma pistola onde um jato de ar, passado em alta velocidade, aspira a tinta do reservatório através de um tubo e a pulveriza por um bocal.
O óleo que passa através das guias de válvulas entra na câmara de combustão,queimando-se e aparece em forma de fumaça cinza-azulada saindo do cano de escapamento. Examine o consumo de óleo através das guias de válvula da seguinte forma:
A) Faça a prova da fumaça.
Note cuidadosamente a quantidade e a cor da fumaça.
B) Em seguida, remova as tampas de válvulas e desligue o abastecimento de óleo para o conjunto dos balancins.
C) Depois que o motor estiver quente, dirija o carro por uns 10 ou 15 km e repita a prova de fumaça. Se a fumaça no cano de escapamento não tiver mais a cor cinza-azulada, tiver diminuído ou desaparecido, é prova de que o óleo estava passando através das guias de válvulas.
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Motor com válvulas e comando no cabeçote.
Atenção: A prova deve ter duração suficiente para queimar qualquer resíduo de óleo que possa ter sobrado no sistema. As válvulas podem funcionar sem lubrificação durante uma hora sem riscos. Após a conclusão da prova, não se esqueça de restabelecer o fluxo de óleo ao conjunto dos balancins.
O processo de desligar o fluxo de óleo ao conjunto dos balancins varia de acordo com a construção dos motores.
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Forças que impelem o óleo para a câmara de combustão.
Assim sendo, devemos em primeiro lugar localizado o sistema de comunicação empregado para a passagem do óleo da galeria do cabeçote até o eixo dos balancins e de alguma forma, interromper essa passagem a fim de efetuar o teste da fumaça, como descrito anteriormente.
A figura abaixo mostra um tipo de sistema de lubrificação dos balancins. O fluxo de óleo é indicado em amarelo. Para cortar o fluxo de óleo para o conjunto dos balancins, localize primeiro o suporte que tem uma passagem perfurada.
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O óleo (indicado em amarelo) alcança o mecanismo das válvulas através de passagens no cabeçote e no suporte do eixo dos balancins.
Na maioria dos casos, há apenas um suporte para cada cabeçote de cilindro através do qual o óleo chega ao eixo dos balancins. Algumas vezes, os cabeçotes da direita e da esquerda, nos motores em “V”, são intercambiáveis e conseqüentemente, s localização do suporte, com relação à frente do motor, não será a mesma em ambos os lados.
Localizado o suporte, solte o parafuso ou parafusos que o fixam, bem como os parafusos adjacentes que forem necessários e introduza uma fina folha de metal entre o suporte e o cabeçote do cilindro para obstruir a passagem perfurada.
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Usando um calço para interromper o fluxo de óleo as válvulas.
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Vista em corte lateral do calço interrompendo o fluxo de óleo.
Aperte os parafusos, faça uma prova de estrada e observe a fumaça.
Num outro tipo de suporte, mostrado na figura abaixo, o óleo (indicado em amarelo) é impelido para cima ao redor do parafuso que fixa o suporte.
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O óleo (indicado em amarelo) é forçado para cima ao redor do parafuso do suporte a fim de lubrificar o sistema das válvulas
Nesse caso, em primeiro lugar, solte todos os parafusos dos suportes através do qual circula o óleo e coloque uma arruela de borracha ou um anel de válvula sobre a parte rosqueada do parafuso.
Dessa maneira, formar-se-á uma vedação entre o suporte e o topo do cabeçote quando o suporte e o parafuso forem recolocados, podendo-se então proceder à prova de fumaça.
No motor Volkswagen, embora o serviço seja mais trabalhoso, também é possível verificar-se se esta ocorrendo consumo de óleo pelas válvulas.
Basta soltar o balancim e colocar-se um pedaço de chumbo na ponta da vareta. Dessa forma interrompe-se a passagem de óleo e reinstalando o balancim pode-se passar à realização da prova de fumaça.
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Coloca-se um pedaço de chumbo na ponta da vareta.
Ocasionalmente, quando se removem os cabeçotes e se inspecionam os canais de admissão e descarga das válvulas e a cabeça dos pistões, percebe-se que o consumo excessivo de óleo se limita apenas aos cilindros de um lado. Isto pode ser causado pelo fato de o eixo dos balancins, daquele lado, ter sido instalado de cabeça para baixo. Salvo algumas exceções, os orifícios de lubrificação dos eixos dos balancins devem estar, normalmente, voltados para a parte inferior do balancim.
Nessa posição, a força ascendente do balancim, exercida pela tensão da mola da válvula, restringe o fluxo de óleo vendo do eixo dos balancins e impede qu euma quantidade excessiva escape.
Instalando-se o eixo dos balancins de cabeça para baixo, permite-se que uma quantidade excessiva de óleo atinja o conjunto dos balancins e entre na câmara de combustão, através das guias de válvulas.
Use sempre um torquímetro para instalar os suportes dos balancins e aperte-os nos torques recomendados pelo fabricante.
Torque excessivo pode provocar a fratura do suporte, permitindo que o óleo escorra para as guias e hastes das válvulas adjacentes, provocando a perda de óleo. Um vazamento dessa natureza faz com que os canais de admissão e a cabeça dos pistões adjacentes ao suporte partido, fiquem umedecidos com óleo.
Tais vazamentos podem ser descobertos, operando-se o motor em marcha lenta, estando os balancins sem a tampa, e observando-se o fluxo de óleo vindo do eixo.
Para se ter uma idéia de como o consumo de óleo pelas válvulas chega a ser crítico, foram realizados testes numa bateria de 8 motores, concluindo-se que em media de 35% do consumo total, ocorria pelas válvulas.
Como se vê no gráfico abaixo, o consumo total de óleo esta dividido, entre o que passa através dos anéis gastos e o que passa pelas folgas entre hastes e guia de válvulas, sendo que em alguns motores, o consumo pelas válvulas chegava até 50 % do consumo total de óleo.
Gráfico do % Consumo de óleo
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Influência das folgas entre hastes e guia de válvulas no consumo de óleo.
Outro ponto que merece especial atenção é que mesmo com a folga correta entre guia e haste de válvulas, o motor poderá apresentar consumo de óleo, se não forem instalados corretamente os selos de válvulas como especifica o fabricante do motor.
Os selos do tipo “copo”, como mostrado na figura abaixo, devem cobrir a guia quando a válvula esta fechada, pois, se o óleo penetrar dentro do selo, poderá ser bombeado por ele para dentro da câmara de combustão.
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Posição de instalação dos selos.
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Alguns tipos de selos ou vedadores de hastes de válvula.
Update: 5ª parte
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